Daniela Granja (1971), vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em economia, psicopedagogia e arte educação, com pós-graduação em Filosofia pela PUC-RJ, trabalha com artes visuais desde 2017. Na sua prática, utiliza materiais diversos como fotografia, cordas (onde utiliza técnica de tecelagem - macramê), arames e, mais recentemente, sementes e materiais orgânicos. 

Toda a pesquisa tem forte ligação com minha história na psicopedagogia e, consequentemente, trago para o meu trabalho a tentativa de ressignificação de uma expressão muito utilizada na minha antiga experiência como psicopedagoga: “conhecimento encarnado”.

É sobre o espanto e sua intensidade. Um conhecimento adquirido não só pelo conceito, mas que passa pela experimentação e pelos sentidos.

A emoção, ao contrário do que se pensava, é fundamental na construção do conhecimento. Somos afetados pelo outro/objeto e é a partir dessa experiência contagiante e violenta, que sofremos transformações.

Portanto minha pesquisa também recai sobre a memória e o sentido das relações do indivíduo na sua própria história (biológica, contextualizada e emocional), que acontece de maneira contínua e sem fim.

 Meus trabalhos apresentam, em sua grande maioria, uma tensão de significados, que tentam exprimir esse espaço intangível de teias de relações entre nós, natureza e mundo, utilizando uma linguagem que traz o feminino, como potência de vida, de transformação e de cuidado nas relações com o outro. 

A utilização de materiais orgânicos entra mais recentemente na minha produção em um diálogo incômodo com materiais de produção industrial, como anzol, arame e lança; tentando produzir uma forma híbrida - um corpo próprio e seus novos limites.

Um desses trabalhos - “Encarnação", está exposto na XXI Bienal Internacional de Cerveira, Portugal, com curadoria de Helena Mendes Pereira.